segunda-feira, abril 04, 2005

Justino, o trolha sem tino

Uma obra-prima da literatura de Carrazeda de Ansiães (a par com o Manual para Ordenhar Cavalos – uma obra algo incompreendida), que conta a história de Justino, um trolha que sofre de uma particular disfunção psiquiátrica que o leva a confundir-se com outras pessoas. A vida de Justino sofre uma trágica reviravolta quando, bêbado, dá uma volta sobre si próprio.
Mais adiante no livro, Justino sofre um revés ainda mais trágico quando se surpreende a si próprio com a sua mulher. Cego pelo ciúme (e pela própria falta de visão, dado que possuía 2,1% de visão num olho e – 0,5% no outro), tenta-se matar a si próprio com vários tiros de caçadeira, mas apenas consegue obliterar os seus próprios órgãos genitais. Passa o que lhe resta da vida no coro infantil da Igreja de Carrazeda de Ansiães, como soprano, onde goza de um sucesso relativo, vindo a gravar vários CD’s com o Frei Hermano da Câmara, e a casar com ele, mais tarde, após um feio processo de divórcio (não tão feio quanto a mulher de Justino, apesar de tudo), findo o qual Justino perdeu a custódia dos dois furões adoptados pelo casal.