sexta-feira, outubro 17, 2003

Paradigma da Administração

O insólito acontece, algures na cidade das Alfaces. Sendo a excelsa organização dos Alcoólicos Unânimes obra incipiente, nunca se esperaria que uma eficientíssima dupla de administradores, nomes sonantes da praça lisboeta, tomasse interesse em pegar as rédeas desse cavalo louco que prometem ser os AU. A dupla, sem dúvida com obra feita, mesmo que noutro domínio da arte científica (ou ciência artística) que nomes como Frederick Taylor ou Henri Fayol tornaram célebre, seus pares contemporâneos, ofereceu-se para o cargo, subtilmente, nesta mesma tarde. Passo a explicitar, porque sou de índole diversa da de meu co-postador.
A Ciência da Administração pressupõe a obtenção e análise de fluxos de informação para que se possa proceder a uma boa estruturação, gestão e conveniente direcção. Nisso mostraram mestria os administradores sobre os quais versa este post.
De alguma forma terão tido acesso a informações secretíssimas que davam conta da génese do nosso movimento etílico em território que lhes era geograficamente próximo. A abordagem deles terá sido pouco ortodoxa, mas eficiente. Estamos perante génios, há que não os subestimar.
Hoje de manhã, ao acordar, dei conta de um bilhete deixado por debaixo da minha porta, a requisitar a minha presença com urgência em casa dos administradores.
Fora anteriormente decidido, em reunião do condomínio onde actualmente resido, proceder-se à limpeza e requalificação da maravilhosa fachada do mesmo. Incluiria pintura, sendo que, a cada condómino caberia o pagamento extraordinário de 250 euros. Ao averiguar a razão da urgência para a qual pediam a minha comparência, fiquei a saber que era acrescida aos 250 euros a soma de 35 euros para a pintura das varandas de cada condómino que, por obra e graça sabe-se lá de quem, não havia ficado estabelecida no contrato da supra-mencionada requalificação da fachada. Comecei a desconfiar da sobriedade dos administradores nesse momento.
Voltei a casa para reflectir sobre o assunto e decidir se pagaria os 35 euros, ou se iria optar por uma varanda dissonante, um autêntico grito de guerra artístico, no que concerne às fachadas de prédios. Enquanto o fazia, decidi espreitar pela varanda: estava pintada. Nesse momento tive a certeza: estavam, de facto, completamente emborrachados.
Como sou um ser de percepção aguçada, percebi que a questão não era a da pintura das varandas, não tinha nada que ver com a fachada. Fachada fora o motivo pelo qual haviam invocado a minha presença.
Tendo-se apercebido do recente nascimento do movimento dos Alcoólicos Unânimes, quiseram dar provas da sua competência alcoólica. Conseguiram-no, com nota máxima.

quarta-feira, outubro 15, 2003

Razão de *hic* ser

A mim *hic* apetece-me explicar qualquer coisinha. Ao contrário do Neanderthal alcoólatra que partilhará este espaço inter*hic*nético comigo, gosto que me percebam. Faz parte da minha personalidade, esta magnânime característica didáctica, aprofundada através de elaborados exercícios dialécticos com velhos companheiros copófilos de várias tascas da urbe alfacinha.
Basicamente, tentando não transformar este meu primeiro post num discurso do Jorge Sampaio, o propósito que nos une é o de difundir o processo de etilização cerebral profunda como algo que deve ser reiterado com orgulho. Eh pá, gostamos de apanhar umas valentes tosgas.

Inauguração oficial

Ora muito bem. Muitos dos visitantes (todos os 3) desejarão (ou não) uma sucinta explicação sobre o nome do blog. Pois bem, podem continuar a desejar o que quiserem, porque não me apetece explicar nada.