terça-feira, dezembro 21, 2004

O Natal - Um poema de João João Puré

O mimo mima o bacalhau
O bacalhau bacalha o mimo
Espanco o mimo
com o bacalhau seco
A sardinha do rancho
dança o fandango.

Ah, as sardinhas. As Sare Dinhas.

Os meus pés, os meus pés...
A sardinha fugidia só nada de dia.
O mimo do açoite só trabalha de noite.
O bacalhau pede um pau.

Baca Lhau
Baca Lhau
Baca
Lhau
Com Natas
Natas
Natal.

sexta-feira, dezembro 17, 2004

Ah pois é

'Dieta de sete alimentos pode reduzir em 76 por cento o risco de doenças cardiovasculares' `(Público).

'Um grupo de cientistas descobriu a "Polymeal", um conjunto de ingredientes que reduz em 76 por cento o risco de ataques cardíacos e aumenta significativamente a esperança média de vida. O estudo é publicado esta semana na revista "British Medical Journal".

(...)Os alimentos que se incluem neste regime são VINHO, peixe, chocolate preto, fruta e vegetais, amêndoas e alho, recomendados numa base diária (excepto o peixe, que é aconselhável ingerir apenas quatro vezes por semana).
(...)Curiosamente, a omissão do VINHO no regime provoca o maior efeito em termos de prevenção, sendo que os outros ingredientes não têm uma influência tão acentuada.

(...) Ingredientes percentagem de redução dos risco de doenças cardiovasculares :

VINHO (150 ml/dia) 32
Peixe (114 g, quatro vezes/semana)14
Chocolate preto (100 g/dia) 21
Fruta e vegetais (400 g/dia) 21
Alho (2.7 g/dia) 25
Amêndoas (68 g/dia) 12.5
Efeito combinado 76 '

I rest my case.

terça-feira, dezembro 14, 2004

A notícia mais interessante do ano

'Equipa internacional de cientistas anuncia descodificação do genoma do arroz' (Lusa).

'Uma equipa internacional de cientistas descodificou o genoma do arroz, o que poderá permitir o desenvolvimento de novas variedades mais resistentes às doenças e às variações climáticas.De acordo com o investigador japonês Takuji Sasaki, a equipa descodificou 370 milhões de letras ou pares de base em 390 milhões, ou seja 95 por cento do genoma do arroz, com uma exactidão de 99,99 por cento. O rácio de 95 por cento é o limite superior possível com a tecnologia actual, sublinhou.'

Isto é tão interessante como ser espancado com um presunto de 45 Kg.

Este Sasaki deve ter uma vida bem excitante.

Sra.Sasaki: ’Então, como foi o teu dia?’
Sasaki: ’Ah, foi uma loucura, como os últimos 1.856. Descodificámos mais uns milhares de letras e pares de base. Estamos quase. Não posso esperar para começarmos a descodificar o genoma do esparregado.’
Sra.Sasaki: ’Que maravilha! Olha, aquece o arroz no microondas, que vou só ali suicidar-me’.

segunda-feira, dezembro 06, 2004

João João Puré - Uma autobiografia (escrita por outrém). Parte III

É nesta altura que João João assume a sua relação com uma personagem de ficção de um livro de banda desenhada, tendo inclusivamente tentado casar, o que se veio a verificar ser impossível por pormenores burocráticos (a tentativa de casamento com animais, objectos inanimados e personagens de ficção foi, aliás, um elemento omnipresente ao longo da sua vida). Passado algum tempo, João João convence-se que apenas será levado a sério se o seu nome incluir um apelido que inclua um respeitável ‘de’, pelo que tenta mudar o nome de 'João João Catrapila' para 'João João Puré de Batata'. No entanto, sucede um grave erro administrativo e o ‘de Batata’ é inadvertidamente ignorado. Ainda tenta, numa manobra de protesto, fazer greve de fome em frente ao Registo Civil, mas passado um quarto de hora não resiste a uma bifana. João João fica João João ‘Puré’, o que o traumatiza para o resto da vida.

As influências da infância e adolescência de João João são marcantes no seu trabalho, que consistia basicamente em quadros e poemas em que abundam as sardinhas e os mimos, espancamentos com bacalhau e elementos de ranchos folclóricos descalços.
Segundo o próprio, o seu trabalho recebia a influência de uma panóplia de áreas e meios culturais, que iam desde o cinema e teatro, até aos concursos de escarretas promovidos pela Junta de Freguesia do Marmeleiro.
A nível do meio cinematográfico, o seu trabalho terá sido bastante influenciado por dois filmes alternativos que o marcaram. O ‘Bambi’ e um filme francês obscuro cujo nome ele nunca descobriu porque não sabia falar francês, e cujo argumento envolvia um repolho assassino. Aliás, João João era bastante selectivo na escolha dos filmes que via porque tinha um medo irracional de ir ao cinema, uma vez que suspeitava que existia uma conspiração para lhe roubar as sobrancelhas sempre que se encontrava no escuro de uma sala de cinema (resquícios da teoria de perseguição por parte do governo). Isto motivava invariavelmente a sua ida ao cinema com um capacete e frequentes rixas com os elementos da fila de trás, tendo numa ocasião João João acabado detido por alargar desmesuradamente as narinas de uma pessoa no cinema.
Em 1875 (ou 1975, consoante as versões) profere um dos seus mais famosos axiomas. Instado a elaborar sobre o significado de um poema seu intitulado ‘O mimo e o bacalhau’, diz: ‘o mundo é como uma feijoada: tem muitos feijões e dá gases’. Esta desconcertante afirmação encerra em si o essencial da filosofia de João João.

João João Puré - Uma autobiografia (escrita por outrém). Parte II

A angústia existencial de João João continuou nos anos seguintes, tendo sofrido uma série adicional de desilusões. Após passar mais de 10 anos a aprimorar a técnica de sincronização de sobrancelhas, alguém lhe explicou por fim que não era um desporto, o que o lançou numa busca desesperada por afirmação noutra área. Dada a absoluta incapacidade para praticar qualquer tipo de desporto sem causar ataques de riso incontrolável por parte dos outros atletas, decide criar sozinho uma liga de futebol com 20 equipas, todas compostas e treinadas por ele. No entanto, após alguns meses, a liga é encerrada por problemas de indisciplina e corrupção.

Angustiado, encontra refúgio no fundo de uma garrafa, tendo sido necessários 5 bombeiros e uma máquina de sucção para o retirar de lá de dentro.

Ainda mais angustiado e coberto de nódoas negras, alista-se no exército, mas por engano vai parar ao rancho folclórico de Carrazeda de Ansiães, onde é obrigado a dançar coberto de pickles, o que o traumatiza para a vida. Convencido que os elementos do rancho lhe querem roubar as plantas dos pés, foge para o estrangeiro (João João tinha uma ideia bastante abrangente do que era o ‘estrangeiro’, considerando-o como tudo que se situasse a mais de 500 m do local onde estava) com a ajuda de um amigo imaginário (que o acompanharia ao longo da vida) e desaparece durante um dia e meio. Quando volta ao país, é um homem diferente (essencialmente porque havia aparado as patilhas).

Imbuído de uma nova vontade de viver (‘vontade de viver’, como ele gostava de se lhe referir), tenta patentear a expressão ‘eh lá’, até que alguém lhe disse que era uma ideia ‘estúpida’.
Por esta altura, a sua obra reduzia-se a meia dúzia de linhas num caderno com a palavra ‘batata’ e um desenho numa parede de uma casa particular com um símbolo fálico (o que lhe terá valido uma repreensão por parte da polícia e a profunda convicção, daí em diante, que era perseguido pelo poder político). Vários críticos tentaram, nos últimos anos, dissecar o referido poema (Batata), hoje considerado emblemático da obra de João João, mas o seu génio era marcante e de invulgar alcance, pelo que alguns arrogantes intelectuais da praça consideram o poema como ‘uns rabiscos com a palavra batata repetida cerca de 57 vezes’.

sábado, dezembro 04, 2004

"Animal" Lopes e suas Lopettes

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Marretas à Portuguesa.

A Melhor Altura para Beber uma Garrafa de Whisky

Eu falo por mim quando digo que é um metro e setenta e cinco centímetros.

sexta-feira, dezembro 03, 2004

Desconstrução de aforismos

Inaugura-se aqui uma nova secção intitulada 'Desconstrução de Aforismos', destinada a deitar abaixo velhas máximas.

'Atrás de um grande homem está sempre uma grande mulher'. Isto é falso. Atentemos ao Canal 18, por exemplo. Os moços são, de facto, normalmente tipos enormes, mas as mulheres são normalmente bastante mais pequenas e estão invariavelmente à frente, não atrás.

A Queda III

Está definitivamente comprovado: o Santana Lopes tem queda para governar.

A Queda II

O Governo caiu. Aposto que o Paulo Portas chorou. Tem ar de quem era um daqueles putos maricas histéricos que chorava baba e ranho quando se magoava e que apenas se calava quando lhe davam uma Barbie para as mãos ou quando o deixavam vestir um dos vestidos da mãe.

Ká-7 & Bafinhos


Ká-7: Este governo era maravilhoso!
Bafinhos: Bravo!
Ká-7: Adorei!
Bafinhos: Foi óptimo!
Ká-7: Bem, foi bastante bom.
Bafinhos: Bem, não foi mau.
Ká-7: Houve partes que não foram muito boas.
Bafinhos: Podia ter sido muito melhor.
Ká-7: Não gostei, mesmo.
Bafinhos: Foi terrível.
Ká-7: Foi mau.
Bafinhos: Foi péssimo!
Ká-7 e Bafinhos: Terrível! Booo!

quinta-feira, dezembro 02, 2004

A Queda

O Governo caiu. A questão que se impõe é: 'terá Paulo Portas partido um salto?'

Filosofia de Botelha

Quando uma garrafa de cerveja se esvazia, há sempre outra que se abre; mas, muitas das vezes, ficamos tanto tempo a olhar para a que acabou de esvaziar que a que abrimos perde o gás.

(Qualquer semelhança com o aforismo da Helen Keller é pura coincidência)